
Evento em Curitiba mostra elevação na estatura média das categorias de base. Técnicos confirmam: quanto maior, melhor.
“Não basta talento, precisa ser alta.” A frase pode até ser polêmica, mas é um bordão consagrado entre técnicos e caça-talentos do vôlei feminino do Brasil.
A Taça Paraná – evento para 118 clubes do país, com 1,6 mil atletas do mirim ao juvenil, realizado esta semana em Curitiba – acentuou essa “seleção natural” por preciosos centímetros no bloqueio.
Jéssica Lima, 12 anos, 1,97 m de altura, é o caso extremo dessa busca por gigantes. Filha de ex-atletas [o pai, com 2,08 m, jogava basquete; a mãe, com 1,86 m, praticou vôlei], a menina treina no Tijuca Tênis Clube, do Rio.
Diante da estatura fora dos padrões, a carioca queima etapas. Joga, sem embaraço, com meninas mais velhas. E não abre mão desse trunfo para decolar no esporte. “No futuro, penso na seleção”, diz.
O técnico do clube, Mário Mattos, faz questão de exaltar o talento da promessa – uma mistura entre técnica e biótipo. “Ela tem, devido ao tamanho, facilidade de aprender”, destaca.
“A prioridade sempre será da menina mais alta. Se tiver duas jogadoras iguais tecnicamente, é a maior que vai”, segue, pregando a norma das quadras.
Willian Machado, treinador da equipe mirim (13 anos) do Joinville, clube que também esteve na disputa local, reforça a importância de se ter jogadoras altas. Com uma média de 1,73 m de altura em sua equipe, ele elenca as necessidades do jogo para explicar a escolha pela fita métrica.
“É muito importante para o bloqueio. Para o ataque ,idem. Ao cortar, às vezes, precisa desse plus para tirar da defesa. É o diferencial.”
A ex-jogadora Jacqueline Silva, 50 anos, campeã olímpica em Atlanta em 1996 no vôlei de praia, acompanhou o evento em Curitiba. Estrela da modalidade, ela tem “apenas” 1,70 m e defende a política de escolha por meninas longilíneas. E vê no esporte uma forma de fugir de um possível preconceito.
“É ruim quando se tem um adolescente fora da estatura padrão da idade. O voleibol permite a esses jovens altos se expressarem, sem ter vergonha de seus corpos”, fala.
Para o técnico da seleção brasileira feminina juvenil, Luizomar de Moura, a preferência por jogadoras altas é natural. Mas faz um alerta: “O talento e a habilidade das jovens não podem ser deixados de lado. Tem de ser considerados na hora de uma escolha.”
A estatura média da equipe nacional adulta, medalha de ouro na Olimpíada de Londres, é de 1,84 m. Thaísa, 25 anos, com 1,96 m, se destaca no quesito – um centímetro a menos que Jéssica, ainda em fase de crescimento.
Coincidência ou não, quem descobriu as duas atletas foi a mesma pessoa. Júlio Kunz, assistente-técnico de Jacqueline Silva e ex-treinador do Tijuca.
“A Thaísa era alta também e tinha uma facilidade de aprendizado muito grande, mesmo sem nunca ter jogado. E a Jéssica tem esse mesmo perfil. Por isso, eu vejo um futuro promissor para ela.”
Fonte: Gazeta do Povo
1 comentário:
Olá galera do MV,
Não se trata de querer jogadoras altas, o fato é que são raríssimas de se encontrar meninas grandes, quase uma loteria!
Jessica é uma exceção a regra, nos seus 12 anos e 1,97m não me espantaria se passasse dos 2 metros.
Na Taça Paraná deste ano era, dispara, a atleta mais alta dentre todas de todas as categorias presentes! Apenas uma jogadora infanto do São Caetano ultrapassava a marca dos 1,90m.
De fato o voleibol cada vez mais busca meninos e meninas altas, o que dizer da melhor atacante do mundo na atualidade a coreana Kim, nos seus 1,93m deixa todos admirados com o mixto de técnica, força e agilidade raros para altura.
Por isso mesmo, quando surgir uma menina rara como a Jessica que tb tem talento e potencial, a CBV deveria ter um esquema especial para que essa menina tenha toda a assistência médico-ortopédica e fisioterapeutica, para qualquer anormalidade que apresente.
Parabén pelo MV
Cesar
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