
Não vai há muito tempo que falei aqui em “crise” e nos “heróis”, hoje vou pegar uma vez mais nestes dois temas e falar na triste e crua realidade que paira no desporto e neste caso no voleibol português.
Nos dois últimos fins de semana pude acompanhar alguns jogos de voleibol e ver com os meus próprios olhos aquilo que há algum tempo atrás anunciei como a “morte do voleibol”, e de facto após ter assistido aos jogos Castêlo da Maia GC-SC Espinho e Leixões SC-CS Marítimo cheguei a essa triste conclusão.
Embora fossem dois jogos muito distintos e diferentes, ainda assim deu para ver que a aposta futura destes actuais clubes da A1 é a formação de novos valores, alguns formados nos seus clubes e outros aproveitando da fragilidade de outros, aqui e ali vão “pescando” as melhores aquisições para os seus planteis.
Mas e o que fazem as formações que dum momento para o outro ficam sem as suas mais valias?
Bem, hoje vi a solução, joga-se com amor ao desporto, ao clube e acima de tudo aqueles que vão acreditando no impossível.
Ao assistir ao jogo Leixões-Marítimo, vi aquilo que considero um excelente grupo de trabalho, é certo que existe muito trabalho na frente, que existem alguns acertos na equipa e que acima de tudo existe uma missão que muitos dirão impossível de concretizar, a manutenção da equipa no escalão máximo, mas o facto é que a cada jogo a missão complica-se e alguns dirão que no próximo ano, o clube matosinhense com fortes tradições no desporto nacional e em especial na formação, pode ter os seus dias contados e o caso não é para menos.
Numa formação em que os seus atletas foram formados no clube, existe um misto dos que estavam a época passada, dos que subiram dos juniores aos seniores, dos que já nem jogavam e daqueles que representaram nas formações e subindo a seniores tentaram a sorte noutro lado e regressando agora, e neste misto de atletas apenas existe uma certeza, todos vieram pela clube e pela modalidade e acima de tudo pelo convívio no grupo de trabalho, pois nenhum deles esta por qualquer questão financeira, pois esses, simplesmente desapareceram ou trocaram de clube.
Mas, num grupo assim tão distinto, humilde e trabalhador o que fazem aqueles que gerem o clube?
Simplesmente nada, entregam a secção a um pobre director, este tenta gerir a modalidade, arranjar apoios financeiros e logísticos e como o clube fala mais alto e vive doutras realidades (do futebol), as mesmas verbas desaparecem e então tudo fica como ficar ou seja, a actual triste realidade em que vive o leixões e outros como tal.
O mais triste nesta história, é o facto de que ainda dá gosto de ver os adeptos a torcerem pelas suas equipas, mas será que estes conhecem a verdade escondida por quem gere os clubes?
Este tema ficará para uma próxima oportunidade, contudo e para finalizar esta pequena crónica, dar os parabéns a estes heróis, aos seus treinadores e directores que ainda assim fazem o milagre de conseguir tocar a modalidade para a frente a pesar de todas as incertezas e do futuro incerto.
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