VOLEI FALADO: Árbitros! Bons ou maus?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

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Ora bem, a pedido das massas adeptas do voleibol luso, cá fica mais uma crónica da autoria deste vosso amigo, na qual vamos por um pouco do dedo na ferida ou se calhar não.

Esta crónica, não servirá para apontar o dedo a alguém, mas apenas contar na primeira pessoa o que se passou precisamente comigo durante 5 anos, em que fui árbitro e talvez sentirem na pele aquilo por que passam alguns dos actuais árbitros.

Pois bem, recentemente em conversa com alguns colegas e depois de também acompanhar alguns jogos de formação, pois é nestes escalões que as “queixas” aparecem, reparei que existem alguns jovens árbitros que em minha opinião estão “verdes” para arbitrar, muitos deles deixam passar lances faltosos, até dou um pequeno exemplo, duma jovem arbitra  que durante um jogo, deixou que um treinador entrasse dentro de campo diversas vezes num jogo a cinco sets e apenas advertiu o treinador uma única vez, quando em modesta opinião e pela forma que o treinador se comportava, seria punido com cartões.

Mas este é apenas um pequeno exemplo, embora que durante muitos fins de semana, vemos situações destas e até outras mais complicadas, contudo pergunta-se, mas afinal como são preparados estes jovens árbitros?

E passo a explicar por quem já esteve daquele lado, ou como costumo dizer em jeito de brincadeira, “o lado negro da força”.

Quando fui fazer o curso de árbitro estagiário, posso dizer que tive aqueles que considero os melhores na sua área, eles são mais que conhecidos, alguns são elogiados, outros criticados, mas são internacionais e são os melhores.

O curso realiza-se em três fins de semana, onde existe a parte teórica e a parte prática, em minha opinião todos a sabem, contudo a meu ver, depois da formação dada as coisas ai complicam-se, existem os que fazem jogos atrás de jogos e sem qualquer problema, e há o inverso, os que deveriam ter mais acompanhamento. 

O facto disto tudo, é que muitos destes árbitros estagiários são quase que atirados aos leões, a arbitrarem entre quatro, cinco e seis jogos durante um fim de semana e em diversos escalões diferentes, e por muito que queiram estar atentos a todos os pormenores do jogo, existem sempre aqueles que lhes escapam e aos quais por vezes são os mais claros e que nos chamam logo a atenção.

Como referi, passei por estas situações e sei como é complicado, e o mais fácil é criticar e apontar o dedo, e meus caros, também gosto de apontar o dedo, mas também sei ver quando alguém é bom ou não naquilo que faz.

Contudo existe um mal maior que estes jovens árbitros sentem, é o abandono, não pelos seus pares, pois esses apoiam sempre, mas sim por quem de certa forma deveria acarinhar e incentivar a sua evolução, que deveriam ser as associações e a federação, o que não o fazem.

São atirados aos lobos, deixam a época correr e depois no final, as queixas passam ao lado, os jovens árbitros apercebem-se que não nasceram para aquilo e desistem, e aqueles que são bons, continuam a tentarem serem melhores e a evoluírem, ao que eu chamo de predestinados.

Ainda existem aqueles que sedentos de mais sabedoria desportiva, optam pelos dois lados, são treinadores e árbitros ao mesmo tempo, e que acontece(?), simples, as associações sabendo disto e para irritarem algumas hostes, colocam esses sedentos a arbitrarem jogos precisamente nos clubes que representam, e aqui começam os problemas para a desistência de muitos árbitros e com valor para evoluírem nesta categoria.,...  por muito que custe acreditar é o que acontece!

E dou o meu caso, era eu árbitro e treinador num clube, ora acontecia muitas das vezes que as pessoas sabendo disto diziam logo, “és da casa, só vês para um lado”, enfim piadinhas destas são constantes, o pior é quando sabendo que somos treinadores num clube, ainda têm a lata de nos colocarem a arbitrar precisamente o jogo no escalão que estamos a treinar, e meus caros, citaria muitos nomes de muitos ex-árbitros que sentiram na pele situações iguais. E o que fazemos(?), muito simples,... protestamos, falamos, mas quando nos continuam colocar na mesma situação,  meus caros só resta uma solução, desistir!

Eu pessoalmente cheguei ao cúmulo de colocar baixas para não arbitrar, baixas não do tipo que metemos quando ficamos doentes, mas do género, que por motivos profissionais não podia continuar a arbitrar, mas no final e quando chegava a altura de renovar a licença, simplesmente ignorava e nem fazia a inscrição, nem exames e nem nada e quando me perguntavam o porquê, simplesmente dizia a verdade, “renovar para quê(?), para me nomearem a arbitrar jogos do meu clube outra vez?”.

Lembra-me que no meu grupo de árbitros estagiários e que também fariam o curso de regionais, a sua maioria é actualmente árbitro nacional, contudo mais de metade deles deixaram de arbitrar, alguns pelos motivos que aleguei e outros pelo cansaço de levarem com deslocações difíceis e que por motivos profissionais acabam por ser bem complicados assimilar emprego e arbitragem.

Mas sabendo agora de tudo isto, de quem é a culpa?

A culpa é simplesmente nossa, porque acreditamos que podemos fazer a diferença, porque acreditamos nas pessoas, nas associações e acreditamos que podemos evoluir ainda mais, mas o certo é que simplesmente alguns é que estão predestinados a voarem longe, a subirem o patamar maior da arbitragem e a estarem presentes nos grandes eventos, a esses dou-lhes o elogio de manterem vivos os seus sonhos, de lutarem face ás dificuldades e de conseguirem realizar os seus sonhos, porque simplesmente resolveram fazer uma opção, serem simplesmente árbitros de voleibol.

Por isso apenas dou uma sugestão, tentem fazer o curso, arbitrem e se estiver enganado no que referi, as minhas desculpas.


Joaquim Teixeira, Volei Falado
maisvoleibol 2013


1 comentário:

Unknown disse...

Depois de ter assistido ontem dia 3 de março a um grande jogo de voleibol de formação feminina, e estando este ano do lado da equipa que perdeu, fiquei com a sensação de que o árbitro estragou o espetáculo.
O resultado estava 2 - 1 a favor das cadetes do leixões e pelos parciais dos sets (25-21 / 15-25 / 25-23 ) até ao momento estava a ser um grande jogo, acreditem ou não aqueles que desprezam e tanto mal dizem do Voleibol feminino.
O 4º set começou com um cartão amarelo para uma das atletas que durante o intervalo do set se tinha dirigido ao fundo do campo onde se encontrava uma mesa com dois colaboradores das equipas a fazerem a estatística do jogo. A jogadora apenas foi buscar algo que precisava.
Estamos no 4º Set e o árbitro muito chateado com o fato da atleta não lhe ter pedido licença, começou como referi antes o jogo com um amarelo. Como se isto não bastasse uns pontos à frente só porque o treinador não se sentou no seu lugar para falar com o adjunto, outro amarelo, mais outro amarelo foi dado uns pontos á frente.
Estamos no 4º set que acabou com o resultado de 25-22, 3 dos pontos que deram a vitória ao Leixões foram por cartões amarelos dados por um árbitro que já tinha mais dois jogos em cima numa tarde cheia de voleibol. Quando falamos de árbitros estagiários até dá para entender que não tenham ainda muita experiencia e possam ser influenciados por vários fatores, mas pelos vistos estamos a falar de um árbitro nacional que está muito bem conceituado na arbitragem nacional.
Não abastante os cartões amarelos, consegue marcar uma falha de rotação da equipa do Rosário volei, e esqueceu-se de marcar por duas vezes 4 toques para a equipa do leixões, isto tudo no mesmo Set.
Como já ouvi uma vez da boca da selecionadora da equipa de cadetes e os “outros pontos quem os perdeu”, tenho a mesma opinião no entanto em determinados jogos onde as equipas disputam ponto a ponto, é preciso muito cuidado por parte de todos os intervenientes sejam atletas, treinadores e equipa de arbitragem.
No primeiro cartão amarelo era de louvar se o árbitro lembrasse á atleta que não deve sair do recinto de jogo sem pedir autorização (isto sim é formação), e caso a atleta reclamasse ai sim deveria levar com o amarelo.
Não estou a escrever porque o rosário Volei perdeu já que neste campeonato este ano só o leixões lhes conseguiu ganhar e até agora está 3-1 a favor do leixões. Mas sim porque sinto que o voleibol deve ser jogado pelas(os) atletas e não ter a interferência de outros intervenientes que por vezes gostam de ser protagonistas de um resultado.
Isto tudo para falar de maus e bons árbitros, já agora não tenho o curso de árbitros mas já arbitrei algumas vezes jogos por isso sei o que é estar nos 3 lados do jogo.
Um abraço
Carlos louro

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