
Os zíperes das malas já foram fechados. Dentro delas, roupas e maquiagens se misturam a pacotes de arroz e feijão, com uma pitada de esperança de que a primeira experiência no exterior seja das mais positivas. Com tudo pronto, Fabiana deixa o Brasil e parte para a Turquia nesta sexta-feira (25), para defender até a metade do próximo ano o Fenerbahce.
Daqui para frente, será tudo novo para a capitã da seleção. A começar por Istambul, megalópole da qual a central tem as melhores referências. “A Fofão e a Érika me falaram que a cidade é maravilhosa e lembra muito São Paulo”. O idioma local ela sabe também que será uma barreira, por isso passou os últimos meses reforçando o inglês.
Tudo para fazer desta experiência a melhor possível. Experiência que, para ela, significa a realização de um desejo antigo, dos tempos em que defendeu a Unilever. E foi sobre esse novo desafio que a central conversou com o Saque Viagem, por telefone, antes do embarque para o Velho Continente.
Como se sente para a nova experiência?
Estou tranquila, mas um pouco ansiosa para conhecer as meninas, viver fora do País, ter que falar um novo idioma.
Você já esteve antes na Turquia?
Não, vai ser a primeira vez. Vou para lá com a minha empresária (Ana Flávia), mas depois vou ficar sozinha. Conversei com a Fofão e a Érika, e elas me disseram que a cidade é maravilhosa e lembra muito São Paulo, mas é difícil de se locomover, porque as ruas são muito estreitas. Elas disseram que vou amar Istambul e que vou gostar muito das pessoas.
A Érika, quando foi para a Turquia, comentou que se arrependeu de não ter levado brigadeiro. Existe algo que você queira levar para lá?
De especial, vou sentir falta do arroz e do feijão. Até conversei com a Fofão e a Érika sobre isso, porque, por mais que existam restaurantes internacionais, a gente sempre sente um pouco de falta da nossa comida.
E você sabe cozinhar?
Sei sim, minha mãe sempre nos ensinou. Enquanto morei no Brasil, nunca precisei cozinhar, porque sempre tive a minha mãe. Mas lá eu preciso dar um jeito. (risos)
Você nunca escondeu o desejo de jogar no exterior. Por que resolveu ir agora?
Sempre tive o sonho de jogar fora, antes de ter ido para o Vôlei Futuro, queria ter saído, mas não deu certo. E foi uma grande experiência pra mim jogar lá em Araçatuba. Gostei muito. Esse ano surgiu a oportunidade de ir para fora, para uma equipe que investe muito. Eles se mostraram super interessados para que eu fosse. Além disso, tem o Zé Roberto, que fala português e que vai poder me ajudar. É bom estar com ele em um ano olímpico e nessa minha primeira experiência fora.
O Campeonato Turco tem uma regra rigorosa para o uso de estrangeiras, sendo apenas duas em quadra. E no Fenerbahce são quatro não-turcas (Fabiana, Logan Tom, Sokolova e Y.K.Kim). Acredita que isso possa te prejudicar, como aconteceu com a Fofão, que ficou boa parte da última temporada sem ser aproveitada?
Não, acho que não. Claro, isso vai ser uma definição do técnico. Mas, além do Turco, vou jogar a Liga dos Campeões, que não tem esse limite de estrangeiras e é um campeonato muito forte, com os principais times da Europa. Sempre tive muita vontade de jogar a Liga.
Em ano que antecede a Olimpíada, jogar menos não é ruim?
Não. Sei que no Campeonato Turco não devo jogar todas as partidas, mas vou treinar diariamente com o time. Não vou perder ritmo, nada. E na Liga dos Campeões, que tem jogos difíceis o tempo todo, devo jogar.
O Campeonato Turco e a Liga dos Campeões reúnem a elite do vôlei mundial. Existe alguém que você admire?
Sim, as pessoas que eu mais admiro jogar são a Sokolova e Logan Tom. Elas são muito completas, fazem o vôlei parecer muito fácil e simples de jogar. Acho muito legal a atitude delas em quadra. Admiro também a leitura que elas têm do jogo.
Nos últimos anos, o Fenerbahce montou grandes times para vencer a Liga dos Campeões, mas nunca a conquistou. Você vê isso como uma pressão ou um estímulo para ajudar o time a, enfim, ser campeão europeu?
Mais como um estímulo. A pressão tem também. Pelo time que foi montado, temos totais condições de vencer a Liga dos Campeões. E vamos lutar por isso.
Essa é a primeira vez que você vai jogar em um clube atrelado ao futebol.
Sim, a Fofão me falou que a torcida de lá é muito apaixonada, é o sétimo jogador mesmo, algo que eu nunca vi na vida.
Você comentou que estava estudando inglês. Já dá para se comunicar legal com as novas colegas?
Olha, espero que sim. Sempre estudei, mas essa vai ser a primeira vez que vou ter que me virar sozinha. Espero, pelo menos, que eu consiga conversar com as meninas. Mas já me disseram que a maioria só fala turco. E a Fofão já me disse que turco é impossível de aprender. (risos) Só dá pra aprender mesmo “bom dia”, “boa tarde”, “obrigada”. (risos)
Depois de viver no Rio de Janeiro e em Araçatuba, cidades bem quentes, você vai encarar o frio europeu lá em Istambul. Está preparada?
Não gosto do frio, prefiro passar calor. Mas é preciso se adaptar. (risos)
Por quantas temporadas pensa em ficar no exterior?
Não sei ainda. Entrego nas mãos de Deus. Tenho vontade de ficar, mas preciso ver ainda como será a adaptação.
Sobre a seleção, a Sheilla comentou que vocês não entendiam o momento difícil pelo qual a seleção estava passando na Copa do Mundo. Depois da participação de vocês, deu já para entender o que de fato aconteceu para a queda de rendimento do grupo?
O time todo não rendeu o esperado, não fizemos mesmo um bom campeonato. Precisamos trabalhar mais.
Dá para dizer que 2011 foi um ano de aprendizagem como em 2007? De repente, foi bom acontecer tudo isso agora para vocês chegarem mais preparadas a Londres?
Acho que as coisas não acontecem por acaso. Claro que queríamos ter ganhado a Copa do Mundo e conseguido a vaga olímpica, mas foi importante para o grupo crescer e entender o que precisa ser feito.
Acho que as coisas não acontecem por acaso. Claro que queríamos ter ganhado a Copa do Mundo e conseguido a vaga olímpica, mas foi importante para o grupo crescer e entender o que precisa ser feito.
Fonte: Saque Viagem
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