
Realmente não consigo ler o pensamento das pessoas, mas acho que por meras palavras e pela atitude que o mesmo tem, consigo saber o que o leva ainda a estar a competir por muitos mais anos.
Muitos são os adjectivos que nós comuns mortais usamos para descrever o Miguel, desde génio, talento, amigo, camarada e tantos outros. Aliás, os entendidos comparam o Miguel ao vinho do Porto, quanto mais velho melhor, e o facto é desde os seus amigos, colegas de equipa, treinadores, adversários e os demais o elegem como o melhor dos melhores.
Um atleta que encanta gerações, dos mais velhos, dos mais novos e dos que agora começam, todos se encantam ao ver aquele “super atleta” a espalhar magia com aqueles passes de rasgar o campo, daquela defesa quase impossível, daquele ponto que mais ninguém conseguiria fazer e que ele por artes mágicas o faz sem pestanejar.
Acho que até à data, poucos são aqueles que se tivessem de escolher para companheiro de equipa, parceiro na praia ou até mesmo para treinador, não diriam que não à sua contratação, ele é o expoente máximo do voleibol em Portugal, aliás atrevo-me a dizer que outro, só daqui por 100 anos.
Mas voltando à questão, o que leva a um atleta continuar a competir, quando muitos chegam aos 35 anos e decidem deixar a modalidade ou até seguir outro cargo na mesma, como treinador ou director. O facto é que numa modalidade como o voleibol e se formos a analisar por esse mundo fora, muitos são os nomes consagrados que ainda continuam a competir e já com a chamada idade da ternura dos 40, como dizia o outro.
Mas esta longevidade deve-se ao facto de que motivo?
O gosto pela modalidade? A paixão da mesma? O gosto pelo treino? A competição?
Sim, de facto muitos são os estudos que comprovam que o homem é mais competitivo do que a mulher (tá provado), mas o facto é que cada vez mais se um atleta se sente bem, não tem lesões, gosta do que faz, e acima de tudo não existem problemas pessoais que o impeçam de competir, então porque não continuar.
Num país em que a mentalidade de alguns ainda nos deixa de boca aberta, o facto é que muitos e em vários desportos, existem atletas como o Miguel Maia, que ainda praticam a modalidade que os apaixona e tentam ser um exemplo bom e positivo para as novas gerações, e que assim continuem durante bons e largos anos.
Eu mesmo, e com a tenra idade de 40 anos e após deixar de praticar a modalidade à 5 anos de forma profissional ou mais a séria, eis que resolvi tomar no exemplo do Miguel e voltar a competir na variante que sempre dediquei grande amor e paixão, a praia.
Se para muitos a idade é algo que pesa, então vamos lá mostrar aos novos e velhos o nosso valor.
p.s. esta crónica é dedicada a duas pessoas, ao Miguel Maia pela pessoa fabulosa e extraordinária que é, e há minha filha ao qual espero mostrar-lhe a paixão que faz mover o pai.
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