VOLEI FALADO: A nova geração de árbitros

terça-feira, 19 de março de 2013

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Nem tudo no voleibol são más noticias, embora que como costumo dizer temos sempre de saber aceitar as opiniões sejam elas boas ou más.

Hoje soube de algo que me deixou profundamente satisfeito e orgulhoso de ter feito parte dessa classe voleibolista, que é amada por uns e odiada por outros, mas que temos de viver com ela, ou seja, ser árbitro.

A noticia que recebi, foi que a turma há qual fiz parte há alguns anos atrás quer como árbitro estagiário e depois como árbitro regional, está toda neste momento como árbitro nacional, que como diria um grande mentor meu, chegaram ao patamar mais alto em termos de árbitros, mais satisfeito fiquei ao saber que 90% dessa turma está nessa categoria, sendo que a sua maioria pertencente à Associação de Voleibol do Porto.

Mais contente fiquei quando soube que alguns desses meus ex companheiros de guerra, fizeram o curso de árbitro internacional, com boas notas e que neste momento estão a um pequeno passo de se tornarem oficialmente internacionais, sejam eles de pavilhão ou até mesmo na praia.

Contudo, e a pesar desta satisfação em ver antigos colegas a irem longe na carreira que escolheram, fico um pouco preocupado ao ver a chamada nova geração a arbitrar e reparar em casos que por muito que o diga são de bradar aos céus.

Alguém uma vez me disse que era um tipo muito observador e estudioso, confesso que sim, pois todos os dias conhecemos coisas novas, contudo por vezes também erro, pois o ser humano não é perfeito e temos acima de tudo saber que erramos e admitir o nosso erro, e por muito que façamos comparações, os melhores também erram. A perfeição é coisa que não existe.

Voltando ao facto de ser observador, eis que nestas últimas semanas dei por mim a assistir a alguns jogos de formação e a ver as caras novas da nossa arbitragem e cheguei à conclusão que alguns ou desconhecem as regras ou então existem os chamados bloqueios de memória e esquecem-se onde estão ou o que estão a fazer, embora que em alguns jogos os disparates continuam semanalmente, o que me leva a pensar que estes “putos” novos não vão durar muito neste campo.

É sabido que dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, o chip que temos na nossa cabeça começa a ficar gasto ou como eu costumo dizer, fica queimado, e então temos de renova-lo. Alguns daqueles que foram os meus mentores na área da arbitragem e falo dessa velha guarda, Arnaldo Rocha, Avelino Azevedo, Marcelino Tavares, António Moreira e outros tantos que marcaram gerações, diziam-me sempre, “se tens dúvidas, lê as regras vezes sem conta, está lá tudo”, e meus caros como eles tinham razão.

O facto é que estas caras larocas desta nova geração já querem apitos bons, cartões que ficam junto aos postes da rede e desculpando a expressão, de esquisitices, que no meu tempo ninguém ligava grande importância, esquecendo-se do mais importante que sempre me ensinaram, ler e ver.

Num dos jogos que pode assistir tive o prazer de rever um árbitro ao qual muito sinceramente pensei que já se tinha deixado de arbitrar e porque perguntam os caros leitores, porque simplesmente em minha opinião e se calhar de muitos que preferem estar calados, não tem categoria e darei alguns exemplos que acontecem quando esse senhor “apita” algum jogo.

Cá vai:
São os jogos que por exemplo, iniciam com 10 minutos de atraso em relação à hora prevista, e sem qualquer motivo aparente.
São as interrupções que o dito senhor faz quando o/as atletas estão a aquecer no chamado aquecimento oficial à rede, em que ninguém consegue perceber o porque das mesmas.
São os sermões que o mesmo dá, quando as equipas alinhadas para a apresentação ao publico que não se entende.
E por fim, os gestos técnicos que o mesmo executa e que sinceramente, nem eu sei que gestos são e pior nem os intervenientes no jogo sabem o que é.

Ao que parece e em minha opinião este dito senhor tem o chip queimado há muito, pois segundo se sabe, o mesmo sujeito é ou era árbitro em 6 modalidades diferentes.
Não sei se pretende ir mais longe na carreira e muito sinceramente se fosse eu a mandar, muito certamente já não estaria a arbitrar, mas o certo é que para espanto de muitos, alguns acham piada e outros lá dizem que nem é mau, até ao jogo em que o caldo entorna e os casos sucedem semana após semana.

O mais incrédulo disto tudo é que a associação sabe, a federação sabe, os clubes sabem e semana após semana o sujeito lá continua sem que ninguém queira saber ou dizer nada e por vezes dou-me a recordar nos meus tempos de adolescência em que via alguns directores a dizerem, “será que vamos ter árbitro hoje?”, e ao que parece hoje em dia preferem ter alguém de azul claro na cadeira do que não ter.

Este é um caso que acontece, talvez um caso isolado ou não, mas ainda assim muitos são os jovens árbitros que deixam um pouco a desejar e para eles um concelho dum tolo, que na altura dei muita importância e que actualmente não só eu como outros mais demos  simples meus caros, não precisam de ter os melhores a acompanha-los diariamente nos vossos jogos, mas o que precisam é de ler, estudar e acima de tudo ver, vejam muitos jogos, dos vossos colegas de classe, dos mais velhos e até mesmo dos que passam na televisão ou até na internet. 
Por vezes pensamos que sabemos tudo, que não precisamos de mais nada e até que nascemos para sermos árbitros, mas o certo é que todos os dias aprendemos sempre algo mais, todos os dias temos dúvidas sobre determinada regra ou de algo que nos aconteceu num jogo, e só partilhando, analisando e conversando sobre os factos, é que progredimos e crescemos naquilo que queremos no futuro.

A todos os que partilham esta vida não muito apreciada por muitos, apenas vos posso desejar, muito sucesso e acreditem, se procurarem ajuda evoluem, caso contrário ficam agarrados ao presente.


Joaquim Teixeira, Volei Falado
maisvoleibol 2013


3 comentários:

Unknown disse...

Como o Joaquim diz são estes os jovens árbitros que deixam a desejar.
Quanto tempo levou esses de quem fala a chegar onde estão?
O que me preocupa a mim são esses alguns conceituados árbitros a errar semana após semana, atenção que não estou a falar nos que o senhor mencionou.
O que me preocupa é ver (árbitro) conceituado a cometer erros porque quer cometer no sentido de prejudicar a equipa da qual não gosta ou tem algum recalcamento.
Não só mas também quando mandam árbitros sem experiência alguma arbitrar jogos da formação e este que também deve ser um formador não sabe para ele mesmo, é que neste jogos por vezes vê-se algum mau voleibol (dois toques, transportes....) e estes não sabem o que fazer já que se apitarem o jogo morreu
Esses senhores que mandam na arbitragem devem antes de mais saber que quando entregam o "cordeiro" na boca do “Lobo" este é papado.
E assim temos mais uma crónica a dizer que o antigamente é que é bom. Tal como o senhor vou observando alguns jogos ao fim de semana e vejo de tudo, sejam eles velhos ou novos...
Mais uma vez obrigado por mais uma crónica..

Unknown disse...

Não se trata do que antigamente era melhor, porque não é, não era e nunca será. Tudo na vida são aprendizagens continuas, aliás tive o prazer de conviver com várias gerações do voleibol, sejam elas antigas ou novas e em cada uma delas tiramos sempre algo de novo.
O que salientei nesta crónica é o facto de os novos árbitros não terem ainda estofo para os grandes jogos e de também existirem alguns "casos" que vão passando e ficando. Concordo que existem alguns dos chamados "velhotes" que por vezes dão erros, aliás por vezes em conversa com eles acabam por admitir os erros, mas como alguém disse e faço aqui questão, um árbitro bom pode ter um, dois ou até alguns erros, e o facto é que caem logo em cima, mas e quando um atleta ou uma equipa falham serviços, defesas, receções, ataques e outras coisas mais. Engraçado que vejo isso constantemente e nunca vi um adepto a maltratar esses atletas como o fazem com um árbitro. Não digo que tenha razão no seu comentário, aliás concordo com algumas coisas e se calhar a melhor forma seria mudar algumas coisas. Mas certamente isso será feito nas próximas formações de jovens árbitros.

Unknown disse...

Bom dia
estava a ler em outro site sobre a arbitragem e deparei-me com uma resposta sua a alguém que não interessa, acerca da arbitragem.

Re:: Arbitragens...
Publicado: 2009-03-16 13:19:30 CET Por joaquim teixeira

" Assisti por tal neste fim de semana a 3 jogos de formação, inclusive um da formação do meu clube e o que pude constar foi mau de mais para se revelar, quando um dos jogos era de juniores e ainda para mais quando eram de duas equipas candidatas ao titulo na categoria.
Assim pude ver o que tem irritado certos pais e como é dificil explicar a estes pais como?porque?e mais não sei.
Pude ver árbitros, alguns jovens e não só, onde o erro ou neste caso os erros foram muitos, faltas na rede que não se viram, toques sucessivos, transportes que não haviam e eram assinalados, outros que existiam e não eram assinalados. Depois quando não se controla um jogo que seria fácil, complica-se e torna-se depois dificil de controlar e gerir, depois vem-se coisas como jogadores que só faltam bater, treinadores que invadem o campo e não são avisados nem penalizados.
Bom, por vezes a dificuldade de explicar aos pais o porque disto tudo."

Penso que estes "alguns jovens e não só", sejam aqueles que agora já são alguns dos antigos já que estamos a falar da época 2008 / 2009.

Como costumo dizer a história repete-se, nunca estamos bem, ou porque os árbitros não são competentes, ou os e as atletas não sabem estar nem jogar, os treinadores não sabem ensinar.
Afinal é o pais que temos…

Quanto ao seu comentário acerca dos atletas que falham e não são maltratados, para esses estão os treinadores e não faz muitos dias que vi um treinador a chamar a atenção das atletas que estavam a falhar pelos nomes destas alto e bom som.

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