"Voleibol é uma coisa só, você pode jogar na areia ou jogar no indoor" Sr. Ary Graça.
Depois de ter posto algumas questões relativas à menina dos olhos da FPV, o giravolei e ter a oportunidade de conhecer um punhado de clubes que cresceram e desenvolveram a partir daí, vou agora opinar relativamente às alterações das regras de voleibol e ver finalmente a grande possibilidade de harmonia das regras em pavilhão e praia.
Na minha opinião, de entre as quatro modalidades mais praticadas a nível mundial* o voleibol é a que mais mudou as regras e julgo que algumas até ajudaram à sua mediatização nomeadamente a da pontuação, mas esta regra ao mesmo tempo amputou muito da magia do voleibol, e coloco isto de uma forma simples, imaginem se o Ténis fosse jogado em Rally point, o que leva um espectador/telespectador a acompanhar jogos por mais de duas horas? ou no limite os desportos americanos com 4 ou 5 horas de jogo como o caso do futebol americano ou basebol. Vale a pena pensarem nisso?! Mas é obvio que o ganhamos mais com a pontuação atual em termos de visibilidade.
As regras devem promover o aumento da qualidade técnica e táctica de todos e não facilitar ou contornar as deficiências técnicas de alguns, como era o caso da recepção em toque de dedos em pavilhão em que tudo era permitido, desde transporte aos dois toques, aumentando a confusão por parte de quem assiste e tenta perceber porque motivo se marcavam faltas a toques mais "limpos" (aos olhos de um espectador) noutros momentos do jogo a um mesmo fundamento e procurar compreender os critérios utilizados nas várias fases de uma jogada, e a confusão ainda aumenta mais, quando um mesmo desporto utiliza regras diferentes em praia e em pavilhão. Estávamos a assistir a uma adulteração e não a uma evolução.
Até para escrever este texto se torna complicado porque falar de regras de voleibol implica a uma separação em dois voleibol, o que não deveria acontecer e julgo que num futuro próximo esta ambiguidade terá um fim e voltaremos a falar de um só desporto praticado em diferentes cenários.
O Voleibol nos últimos anos tornou-se um desporto que se molda a tudo sempre em prol dos números ou como preferem dizer a bem do espetáculo e nada me deixou mais feliz que a entrevista do Sr. Ary Graça[1] em que mostrou e fundamentou de uma forma simples a necessidade de voltar a harmonizar as regras de pavilhão e praia e os primeiros passos estão aí com a alteração à regra da recepção em pavilhão e com a reinterpretação da falta na rede em praia (passa a ser igual a de pavilhão), com isto só me resta esperar ansiosamente pelo regresso da quadra de 9 metros ao voleibol de praia e ver como poderá ser resolvida a questão do toque de bloco. Caminhamos para a era de um Voleibol com duas modalidades com regras coerentes.
O que espero sinceramente é que depois de harmonizar o voleibol que este se mantenha assim muitos anos.
*De acordo com o número de Federações Nacionais (presentes nos jogos Olímpicos) o Voleibol é a modalidade com mais praticantes no mundo, seguida pelo basquetebol, atletismo e em quarto o futebol.
António Malveiro, Depois do Jogo
maisvoleibol 2013
[1] A entrevista com o Sr. Ary Graça
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