Ela não integra o clube de atletas que fazem social com fã até o refletor do ginásio ser desligado. Também não é de engatar longas conversas com os jornalistas. Falar na TV parece ser um martírio. Vestir a capa de musa outro maior ainda. Tímida, passa a impressão de preferir ser coadjuvante, mesmo que o desempenho em quadra sugira outro papel. Ainda assim, arrasta uma legião de admiradores em todas as partes do mundo.
E ganhou outros milhares desde que confirmou o título de heroína em uma partida que se desenhava para ser russa. Nesses dez anos de seleção, Sheilla passou oito deles na condição de titular absoluta. E tudo indica que os próximos sejam assim. Fato raro em um time que teve tanta dança de cadeiras nos dois últimos ciclos. De lá pra cá, conquistou dois ouros em Olimpíadas, duas pratas em Mundiais, quatro ouros em Grand Prix, um ouro em Copa dos Campeões, outro ouro em Jogos Pan-americanos...
Muito para a menina de Belo Horizonte que sequer imaginava a existência de uma seleção brasileira. Bendita a alma que lhe fez entender o significado de defender um povo. Na entrevista que segue, a bicampeã olímpica conversa com Saque Viagem sobre esses dez anos de história na seleção.
Você foi muito nova para a seleção adulta, isso em 2002, em um período conturbado, com pedidos de dispensa das atletas mais experientes, técnico novo... O que ficou marcado daquela época?
Nossa, já faz dez anos (risos). Eu adoro estar aqui, adoro defender a seleção. Quando eu cheguei à seleção, tinha só 18 anos, hoje estou com 29. Em 2002, era um período complicado, mas todo mundo que chegou, chegou com muita vontade. O grupo estava gostoso também. A gente não sentiu tanto aquele clima pesado, porque as outras meninas já tinham saído.
Mas estava aquele período mais tenso com o Marco Aurélio Motta...
Com certeza. Ele assumiu e as meninas logo pediram dispensa. Mas eu só tenho que agradecer ao Marco Aurélio (hoje treinador da seleção feminina da Turquia), que foi o primeiro técnico que me deu a oportunidade na seleção. Quando eu fui para a Itália, ele me chamou no ano seguinte para ir para o time dele na Turquia. Não fui porque eu tinha gostado da Itália, mas eu tenho um carinho muito especial pelo Marco Aurélio.
Nessa época, você trabalhou também com o Luizomar de Moura, agora seu técnico no Sollys/Nestlé.
Foi um período legal. Ele ficou na seleção do Marco Aurélio em 2002. Depois, em 2003, ele não estava mais. O Luizomar sempre me deu muita força, sempre apoiou as jogadoras novinhas (risos).
Por conta desses problemas, a seleção acabou sofrendo uma renovação forçada, e vocês tiveram a chance de disputar um Mundial adulto ainda muito novas. Guarda boas lembranças do campeonato (o Brasil terminou o Mundial de 2002 em sétimo lugar)?
Aquele Mundial foi um pecado. Foi por pouco que a gente não conseguiu vencer a China e avançar. Aquela China foi campeã olímpica em Atenas, e o nosso time era todo renovado, com meninas de 17, 18 anos. Mas, de certa forma, acho que fomos bem.
E ficou um gosto amargo em relação à China, acusada de entregar um jogo para cruzar com um adversário mais fraco nas quartas de final, no caso vocês?
Não. Tem times que preferem fazer isso. Foi uma estratégia delas, que no final das contas nem funcionou, porque elas nem foram para a final.
Mas você acha que vale esse tipo de estratégia?
Sheilla: É difícil jogar para perder. Eu não me imagino fazendo isso. É complicado. Mas não vou criticar quem faça.
Ler entrevista completa clicando em Saque Viagem
Fonte: Saque Viagem
Sem comentários:
Enviar um comentário
Leia antes de fazer o seu comentário:
- Todos os comentários serão revistos pela administração antes de serem publicados
- Palavras ofensivas serão removidas
- Os comentários não reflectem a opinião dos autores
- Não coloque links no comentário para divulgar outro blog ou site, basta utilizar o OpenID na hora de enviar o comentário e o seu link ficará gravado.
- Administração agradece que não comente em "anónimo"
Este blog respeita todos os seus leitores. Obrigado pelo comentário!