Volei Falado: E o culpado é...?

Embora esteja afastado dos pavilhões, vou acompanhando alguns jogos pela televisão e muitos deles através da internet. Ora recentemente acompanhei as selecções seniores (masculina e feminina) nas suas fases de apuramento e aquilo que vi deixou-me sem palavras e uma coisa posso dizer, em minha opinião, planeamento, gestão e organização é coisa que falta em ambas as equipas seniores, mas aqui, em minha modesta observação a culpa é repartida e apenas existe um culpado, ou seja, o presidente da Federação Portuguesa de Voleibol.

É sabido que em termos de organizarmos um evento, seja ele poule, taça, campeonato da Europa, liga ou o que for, realmente somos exímios no que toca a organizar, fazemos bem e os responsáveis internacionais tecem-nos rasgados elogios, mas no que toca a ir avante num projecto e alcançar objectivos, atrevo-me a dizer que somos uma grande fraude, desilusão e incerteza. Pergunto-me como é possível o sr presidente da federação, que ainda por cima tem um papel fundamental na FIVB, quando está com os seus amigos de outras federações dizer, que a selecção do seu país não consegue nada de importante.

Pois, realmente ganhamos uma liga europeia, é certo, mas desde ai para cá, tem sido tudo em vão, seja no pavilhão seja na praia.

Começando pelo pavilhão, desde já dou os parabéns à nova equipa técnica feminina liderada pelos professores Fernando Luís e Filipe Lacerda, que tiveram a coragem de pegar numa equipa que estava desorientada derivado ao fraco trabalho efectuado pela anterior seleccionadora, contudo e ainda assim, os objectivos foram algo que não aconteceram, fruto da inexperiência de algumas atletas, mas nada a que não estejamos já habituados, pois nunca foi aposta forte por parte de quem gere.

No sector masculino, mudou-se o treinador, contratou-se um italiano com sotaque brasileiro que a meu ver e na opinião geral de muitos treinadores nacionais, esta contratação foi no mínimo duvidosa e realmente quem duvidava, a esta altura deve estar a rir-se de satisfação pela contratação falhada por parte do senhor presidente, pois os objectivos propostos e que estariam ao alcance de qualquer um foram falhados pelo italiano, falhou-se na Liga Mundial e falhou-se o apuramento para o Campeonato da Europa. O certo é que nunca compreendi bem esta contratação, um italiano/brasileiro que tanto «insultava» os atletas dizendo que não tinham ambição e quando era ele quem os convocava, enfim, não se percebe.

O facto é que mais uma vez o sr presidente da federação falhou. E as coisas não ficam por aqui, pois no que toca ao voleibol de praia, as coisas continuam da mesma forma, sem objectivos. Pois todos os que se podiam realizar, não se concretizam.

O que ao fim ao cabo me leva a concluir que não há planeamento, não há gestão de recursos, e que acima de tudo, quem gere apenas pensa no seu interesse próprio.

Se no voleibol feminino a missa é a mesma, seja na praia ou no indoor, o certo é que nada se faz. Apenas uns rostos bonitos aos quais dão-se uns “mimos” e elas lá vão.

No masculino, em que se diz apostar tudo, o resultado salta ainda mais há vista, pois falha-se tudo, e quando quem gere nem tão pouco acompanha a sua selecção, então as coisas estão praticamente ditas, no que toca ao voleibol de praia, o mesmo filme, ou seja, as promessas do costume, blá blá e quando se chega a altura, as discussões, de sempre, que nem vale a pena repetir.

Falar é fácil, mas o certo é que assim caímos no ridículo, aliás, não se entende como quem tem os atletas que temos,... os objectivos nunca se concretizam.

Sempre se constou que quando um treinador não cumpre determinados objectivos o seu lugar é posto à disposição, mas acho que quem deveria por o seu lugar à disposição é quem gere o voleibol nacional, neste caso o seu responsável máximo, o presidente da federação portuguesa de voleibol, que praticamente enterra os seus praticantes com desilusões, mentiras e promessas em vão.

 

Tenho dito!