Brasil: Entrevista a Renata Colombo

segunda-feira, 11 de junho de 2012

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Renata Colombo, 31, o grande nome do vôlei brasileiro, uma das maiores opostas pontuadoras em edições da superliga e na seleção brasileira. Coleciona grandes títulos como Grand Prix, Copa dos campeões, Pan-americano e incontáveis superligas. Hoje Renata está no exterior defendendo o time Baku VK no Azerbaijão, e a equipe do Maisvoleibol/Vôlei em Jogo entrou em contato com ela e teve oportunidade de falar com essa grande jogadora, e ela falou e disse. – Vale a pena conferir:

Apenas uma garota do interior paulista, 12 anos de idade, entrou para fazer história e escrever o seu nome no vôlei brasileiro e mundial, com um currículo invejável, colecionando muitos títulos tanto individual, quanto por equipe. Brevemente, pra você como foi dar o primeiro passo para hoje estar na história?
Desde muito cedo me dediquei muito aos treinamentos. Sempre jogava em duas categorias, às vezes até três. Quando meus técnicos de base me ensinavam eu procurava fazer o fundamento da melhor forma e exaustivamente. Porque o voleibol é repetição. Ter uma boa base foi fundamental.

Começou a jogar vôlei em Birigui sua cidade natal, logo mais adiante indo para o time de Votuporanga. Não demorando pra se destacar, foi para outras equipes, assim ficando mais longe da família, e pesando o fator saudade e gerando mudanças até o amadurecimento profissional. Para você o fator psicológico impede no começo de carreira? E no seu caso, como foi essa fase para você?
Para algumas pessoas sim. Claro que eu senti saudades de casa, mas era meu sonho que estava ali e eu estava feliz. Algumas vezes eu pensava em ir embora, mas o vôlei falava mais alto. E também na base sempre tem umas férias um pouco maiores, dava pra matar a saudade.

Como já foi dito, você é uma garota com um histórico que toda jogadora quer ter, passando por mais de 10 equipes, com títulos importantíssimos na bagagem. Sei que é difícil falar de nós mesmos e nos analisarmos, mas qual é o diferencial Renata Colombo?
A força e a garra. Não sou de desistir e me preparo muito para jogar.

NO FINAL DE 99, SUBMETEU-SE A UMA CIRURGIA PARA RETIRAR AS AMIGDALAS, E FOI DESCOBERTO UM TUMOR NA COLUNA CERVICAL. Sabemos que para uma atleta receber uma noticia dessas não é nada fácil. O que passou na sua cabeça ao receber tal notícia? Você em algum momento teve duvidas se voltaria a jogar ou tudo terminaria ali?
Em um primeiro momento passaram as piores coisas. No inicio os médicos acharam que eu não voltaria a jogar. Mas graças a Deus foi só uma fase e eu venci.

Depois da tempestade, como sempre vem à calmaria, e sempre trazendo de quebra a força e superação. Na lei da vida sabemos que é nas dificuldades que adquirimos experiência. Se dando ao que aconteceu, qual foi o título, e em qual time, foi a sua volta por cima onde assinou o seu nome?
Olha, tem uma partida que eu me lembro sempre e foi importante para uma nova etapa da minha vida, foi quando eu jogava por Campos e vencemos o Rexona.

O ponto alto para toda jogadora é SELEÇÃO. Como você se sentiu com a sua primeira convocação? Em algumas convocações que você teve com a seleção vimos que em alguns jogos você era o amuleto da sorte do Zé Roberto, pois entrava e fazia a diferença, e o Brasil ganhava! Como era isso, ter que entrar com aquela responsabilidade de ter que ajudar a seleção num momento ruim do time? E hoje no seu ponto de vista, como está à seleção brasileira hoje na sua nova geração? Você sente falta de tudo isso?
Foi um momento especial na minha vida. O reconhecimento pleno de um atleta e me orgulho por ter permanecido tanto tempo. Hoje a seleção está passando por uma renovação positiva, tem algumas meninas ali que se trabalhadas direitinho serão boas de bola.

Você teve momentos bons e importantes jogando no time do Rexona-ades® hoje Unilever®, qual foi o motivo que realmente pesou para que você fosse jogar na Europa?
Tenho ótimas recordações do Rio, mas chega uma hora que precisamos de novos desafios né, rsss

Sem pestanejar, uma vitória e uma derrota que marcou você tanto na seleção, quanto em equipes?
A derrota foi contra a Rússia no mundial quando fomos vice. A minha primeira vitória na liga foi marcante também, além da despedida da Fernanda (Venturini).

Você com certeza é um mito de todas as edições de superliga até hoje. Você aí tão longe, tem assistido e acompanhado a maior competição de vôlei do Brasil? Você tem alguma torcida em especial? E o que tem achado no nível dessas novas equipes que surgirão e suas novas jogadoras, o Brasil está bem servido de promessas para o voleibol?
Essa com certeza será uma grande edição da Superliga. Minha empresária até recebeu algumas propostas, quase voltei, mas alguns detalhes impediram a finalização do contrato. Devo jogar no exterior mais um ano.

Amigos são sempre amigos, e escrevem parte de nossa história. Nesse mundo voleibol para você quem é aquela pessoa ou pessoas que você pode dizer ‘ahhhh ela é minha amiga?
Renata Lúcia e Fofinha me ajudaram muito na minha recuperação. Tem a Alesinha Fratoni também que praticamente “cresceu” comigo. A Valeska é uma grande amiga também. Há tem algumas outras, mas se ficar falando nome por nome vou acabar esquecendo alguém.

Finalizando, Renatinha Colombo para nós é muito mais que uma jogadora, é muita Raça e muita superação, um mito das quadras brasileiras e mundiais, ídolo de muitas jogadoras por aí, com certeza alguma jogadora por aí se espelham e estudam Renata Colombo. O que você deixa como mensagem tanto para nós do Olho no foco e para as jogadoras que estão lutando por uma conquista e um lugar? Uma frase que diz muito sobre Renata Colombo!?

Olha, um conselho que posso dar é ter disciplina nos treinamentos. Vejo muita menina da base já se achando superiores a algumas adultas que tem toda uma história nas costas, isso não pode. Tem que ter humildade para aprender com os mais velhos. Tenho três palavras também que diz muito sobre mim: Força, dedicação e fé.

Equipa Maisvoleibol/Olho no Foco constituída por:
Alana Braasil/Juliana Serpa/Ana Carolina Pereira 

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