Volei Falado: Leixões SC, o passado, o presente e o futuro?

Hoje aproveito esta oportunidade para falar dum clube que embora muitos já me tenham dito e chamado muita coisa, continua a ser um clube ao qual me marcou.

Embora no voleibol apenas tenha conhecido e vivido já mais tarde, posso dizer que me formei no Leixões SC,durante quatro anos da minha vida, enquanto jogador de futebol. Mais tarde vivi quatro anos na modalidade (que hoje amo acima de muita coisa), representando como adjunto nas equipas seniores do voleibol leixonense.

Penso, aliás acho, que todos os clubes de voleibol são de certa forma iguais, lá encontramos pessoas apaixonadas, dedicadas e que vivem a modalidade e o clube quase a 100% da nossa vida e por vezes essa entrega não chega.

O Leixões SC é um clube com mística, como costumo dizer, uma mística que só se vive para quem lá estar dentro, para quem o vive e sente, pena que muitas das vezes, certas e determinadas pessoas, aproveitam-se de outras e de alguma ingenuidade para tirarem proveito pro clube.

Para quem lá esteve e pode ver como as coisas funcionam por lá, posso dizer que o voleibol do Leixões SC é um mundo há parte, tem gente que se entrega há modalidade com unhas e dentes, pena que depois outros no clube, se aproveitem das ideias, sugestões e acima de tudo dos proveitos financeiros que a modalidade consegue para poderem gastar no futebol, mas enfim.

O Leixões SC é o clube no que toca ao voleibol, em que a aposta na formação é bem presente, escusado seria agora estar a citar nomes de atletas que representaram o clube e que levaram bem alto o nome deste. Muitos ainda agora fazem presente em cargos de directores, treinadores no clube e até existem nomes sonantes que exercem cargos públicos noutras áreas. O Leixões é um clube com um passado impressionante onde longe vão os actuais problemas de hoje, mas como já disse, o passado já lá vai.

Actualmente no presente, a modalidade vive ou tenta viver há custa de muita carolice, compromissos falhados com atletas, aos quais muitos deixaram o clube, dividas que muitas acabam com processos judiciais e tudo isto, não que seja por má gestão na modalidade, mas mais por má gestão do clube, que tira proveito próprio para outras áreas (os futebóis). Poderia dizer que actualmente, o presente do voleibol leixonense, em termos financeiros é sombrio, embora que em termos de modalidade, essa continua com unhas e dentes na vanguarda da frente. A formação é o ponto forte deste clube e a aposta nos jovens formados no clube para orientarem os mais novos tem sido mais que positiva e há qual tem dado frutos.

O presente da modalidade tem como já o referi anteriormente um lado de polémica, atletas que nem chegam a meio da época transferem-se para outros clubes, revolta em alguns jogos onde os atletas manifestam-se a sua revolta perante o clube, declarações de treinadores em jornais desportivos e o facto, é que por muito que uma modalidade mostre o seu potencial, o facto actual, é que o clube não quer saber, ignoram e desprezam de certa forma as pessoas que ali lutam diariamente.

De tal forma e por muito que se possa dizer e declarar amor eterno ao clube, e muitos o fazem, o que é certo é que numa relação, por muito que possamos lhe dedicar esse amor, acaba por ter um fim, e ao qual por vezes pode ser tarde demais ou trágico.

Conheci e conheço muitos dos treinadores e atletas que passaram neste clube, e num facto todos podemos concordar, existe algo dentro daquela modalidade que nos faz viver intensamente, só que actualmente, a dita carolice não chega, as nossas vidas pessoais e profissionais superam o amor a um clube, e por muito que digamos que isto vai melhora, o que é certo é que passado algum tempo começamos a sentir a nossa vida financeira a andar para trás e quando vamos a ver, as oportunidades já nos fugiram.

Se o presente deste clube tem sido misterioso e uma incerteza de como será o dia de amanhã, então uma coisa é certa, o futuro ainda mais incerto o será, depois das últimas noticias, então certamente o futuro não será mais risonho.

Mas a ver vamos o que será daqui para a frente, como alguém o disse uma vez, “viver a modalidade um dia de cada vez…”.

Desejo que no fundo a modalidade não termine, e que a gentes de Matosinhos se lembrem do passado desta modalidade, que continua bem presente actualmente para que se a vive no futuro.