Volei Falado: Formação - Aposta ou desvalorização?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

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Formação - Aposta ou desvalorização?

Na minha última coluna, falei sobre as formações no que toca aos novos talentos no voleibol de praia. Continuando com as jovens promessas, eis que agora coloca-se uma questão. Então, e o que é feito nos clubes em termos de apostas nos jovens para as equipas de top no campeonato nacional?

Ora bem, se formos ver os planteis das principais equipas seniores masculinas e femininas do campeonato nacional A1 em Portugal, só posso dizer, que em 10 equipas que participam no nacional feminino, tirando apenas as equipas das ilhas, que apostam na maioria em atletas brasileiras, as restantes do nosso continente, essas sim, apostam na sua maioria em jovens saídas dos seus escalões de formação, e ponto final paragrafo.

Já no sector masculino, as coisas são bem mais complicadas e não precisamos de analisar muito, senão vejamos.

Ao procurarem na net, nos sites dos clubes ou em alguns sobre voleibol, é simples e irão ver as grandes diferenças que existem, principalmente nas equipas de top (6 primeiros classificados da época anterior) e as equipas que ficaram abaixo da tabela classificativa e apenas existem 3 equipas que apostam claramente nos atletas saídos dos seus escalões de formação (juniores).

As equipas que em minha opinião apostam nesses jovens valores são, Leixões SC, SC Caldas e Esmoriz GC.

Embora que os 2 últimos apostem por razões bem diferentes, o certo é que a politica do Leixões Sport Clube tem sido a que mais “lucros” desportivos tem dado ao clube, pois no campo financeiro é sabido que a maioria dos clubes portugueses nada vê a entrar nos seus cofres.

Nesta temporada e analisando os planteis do Esmoriz e Caldas, o clube da barrinha é sem dúvida aquele que aposta claramente mais nas formações, mas os motivos são claramente, as dívidas que o clube tem e que juntamente com a falta de apoios financeiros e outros, a sua aposta para esta temporada foi claramente recorrer aos atletas saídos dos juniores, que com a experiência de atletas da época passada irão tentar fazer um campeonato interessante. 
Por seu lado a equipa da Capital, o SC Caldas, esse aposta na qualidade de alguns dos seus atletas saídos claramente da formação e que em épocas anteriores conseguiram alguns feitos, subiram, desceram, voltaram a subir, e assim tem sido época sim época não. Contudo a politica do clube tem sido apostar nas jovens promessas, quer saiam do clube, ou, que venham de outras equipas.

Como já referi anteriormente, sem dúvida alguma o Leixões Sport Clube, no campo das apostas no que toca aos atletas da sua formação, é sem duvida o grande campeão. É o clube que nos chamados candidatos ao titulo o que mais “arrisca” na formação e esta época para não variar, a aposta continua claramente nos jovens talentos. Vejamos então, esta temporada, o técnico prof Mário Martins conseguiu trazer de volta ao clube atletas formados no mesmo, que se juntaram a outros também regressados e que trouxeram há sua equipa uma maior maturidade, e vejamos os nomes. Pedro Rosas, Ricardo Ventura, Pedro Miranda, Coriolano Santos, Nelson Carvalho, Phelipe Martins, Pedro Paraty são os nomes que já trabalhavam com a actual equipa técnica, todos eles formados no clube, uns que saíram e entretanto voltaram a aparecer no seu clube de formação, para não variar, o clube este ano apostou no jovem Hugo Matos, um zona 4, que ainda com idade de júnior, vem trazer talento ao clube de Matosinhos para a nova temporada.

Mas, se o Leixões aposta forte e sendo o 6º classificado da época de 2010/2011, então e os chamados clubes grandes, os que são os candidatos ao titulo. Bom, aqui as coisas são mais complicadas e se virem os planteis, notarão que a aposta não é assim tão forte e tirando um ou outro clube, raramente aparecem jogadores formados recentemente nesses clubes, aqui a aposta é tentarem contratar as jovens promessas a outros clubes.

Mas se assim é, então o que será do voleibol e da formação daqui por uns anos.

Há poucos anos atrás tentou-se incluir através duma regra em que os clubes teriam de ter no mínimo atletas entre os 18 e 21 (senão me engano) nas suas equipas e nas quais segundo essa norma, pelo menos 1 teria de entrar num set, nem que fosse só para servir ou algo parecido. O que aconteceu é que embora as intenções pudessem ser as melhores, o facto é que não resultou e porque, porque os chamados “tubarões” vieram logo com as teorias de que somos um mercado aberto de trabalho, que estamos na união europeia e que não damos trabalho aos estrangeiros e etc, estas e outras desculpas serviram de argumentação para que alterassem as regras e os jovens de certa forma desaparecessem do jogo.

O certo, é que as jovens promessas por vezes ou tem a destreza de realmente conseguirem competir diante da experiência e da maturidade ou então as coisas correm mal e acabam por se perderem em equipas dos escalões secundários ou como na maioria acontece, saírem da modalidade ou então apostarem eles em carreiras técnicas, orientando eles também os novos valores da formação.


 

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