BRASIL: Para técnico do Sollys, críticas à “final de sempre” no vôlei são injustas

sexta-feira, 29 de março de 2013

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Luizomar de Moura atribui o sucesso de Osasco e Unilever à estrutura do projeto

Nas últimas nove temporadas, o roteiro é o mesmo: depois de semanas de fase de classificação, quartas de final e semifinal, Osasco e Rio de Janeiro chegam à decisão da Superliga feminina de vôlei. Desde então, já mudaram adversários, jogadoras, uniformes e até o nome dos times, que agora atendem por Sollys e Unilever, mas nada sobre a possibilidade de um novo campeão no campeonato nacional do país bicampeão olímpico da modalidade.

Ao fracassar na tentativa de quebrar essa hegemonia, o técnico da seleção brasileira José Roberto Guimarães - que também comanda o time do Vôlei Amil/Campinas - criticou a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), entidade que o emprega. Para ele, o ranking de jogadoras criado para evitar o acúmulo de muitas craques em uma equipe com maior potencial econômico não está funcionando como deveria. Se nada for feito, ele acredita que Sollys e Unilever sempre chegarão à decisão, o que acabará por desestimular a entrada de novos times e patrocinadores no campeonato.

Em entrevista exclusiva ao R7, o técnico de Osasco Luizomar de Moura discordou do protesto do colega de profissão:

- Eu não concordo com as críticas porque acho o campeonato muito equilibrado. O fato de essas duas equipes estarem sempre nas finais é pela qualidade das estruturas que foram montadas e por não haver o imediatismo por títulos. Já tivemos uma lacuna sem vencer competições, o próprio projeto do Rio de Janeiro ficou dois ou três em Curitiba também sem vencer competições e essas empresas continuaram investindo. Então, isso é fruto do carinho que cada estrutura tem pelo voleibol

Nas últimas semanas, Osasco tem sido o maior alvo de críticas por reunir em seu elenco muitas jogadoras de alto nível. Das sete titulares, por exemplo, cinco participaram da campanha que culminou com o ouro nas Olimpíadas em Londres. As duas atletas restantes, a líbero Camila Brait e a levantadora Fabíola, foram cortadas às vésperas da competição. Pelo ranking, isso não poderia ser feito, mas o time é beneficiado por exceções (que também beneficiam outros times), como a não pontuação de atletas formadas no clube.

Por considerar “que o assunto não é adequado no momento”, o Sollys está com a postura de não falar especificamente sobre o ranking até a realização da final. Luizomar, porém, acredita que nesta e em outras temporadas houve sim clubes na Superliga em condições de tirar Osasco e Unilever da decisão:

- Houve muitas estruturas bacanas montadas com confiança de brigar pelo título. Posso citar Blausiegel/São Caetano quando repatriou Sheilla, Mari e Fofão, além da cubana Regla Bell, e o Vôlei Futuro no ano passado com Walewska, Paula e Fernanda Garay. Essas estruturas vieram muito fortes, ficaram pouco tempo, não chegaram às finais e foram embora. Dá pra dizer que o time do Sesi deste ano não poderia estar na final? Teve campeonatos que a gente perdeu a final com jogadoras muito jovens em quadra, como Adenízia, Natália e Camila Brait. São atletas apontadas como estrelas hoje, mas que estavam em quadra em derrotas da nossa equipe.

Apesar de tudo, ele garante que toda essa polêmica não vai atrapalhar a equipe na busca pelo seu sexto título em 12 finais seguidas:

- Eu acho que às vezes é um pouco injusto. Lógico que todo mundo tem suas armas, mas estamos aí. Estamos seguindo o que a gente acredita e o projeto está cada vez mais forte. Temos uma torcida maravilhosa, então estamos no caminho.

Treinos fortes

Apesar de a decisão ser apenas em 7 de abril, Luizomar tem trabalhado forte com o Sollys. Esta semana, os treinos estão sendo feito em dois períodos. A ideia é aproveitar o máximo possível dos 23 dias que separam a equipe da última partida da semifinal do dia da decisão:

- Tem os dois lados: pode perder um pouco de ritmo, mas ao mesmo tempo também deu para dar uma reciclada na parte física na primeira semana, com uma atenção maior a pequenas lesões e dores que incomodavam. Agora, na segunda semana, estamos treinando muito forte, estudando bastante o adversário e criando situações que podem acontecer no jogo. Estamos nos preparando

De acordo com ele, todos no time laranja estão fazendo questão de ignorar o favoritismo de Osasco, propagado pelo próprio técnico da Unilever, Bernadinho:

- Não existe muita novidade em relação a esse discurso: são duas equipes que se equivalem, com jogadoras internacionalmente rodadas. Temos muitas jogadoras da seleção brasileira, mas a equipe sabe da sua responsabilidade e quer muito fazer uma grande partida o dia 7. Essa coisa de favoritismo, estou tentando passar por cima, não me preocupo com isso. O que estou preocupado é em trabalhar bastante e me preparar 



Fonte: R7


1 comentário:

Armando T disse...

É muito triste observarmos a inveja e a incapacidade de perder dignamente de alguns técnicos, mais pior ainda são os outros técnicos que usam esses mesmos argumentos usador pelo ZR como expediente extraquadra, com intuito de procurar a desestabilização psicológica do adversário nos momentos que antecedem a partida final.

Devemos lembrar a esses infelizes que esporte não é guerra!

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