CRESCER COM VOLEIBOL: Como potenciar as capacidades do atleta?

sábado, 16 de fevereiro de 2013

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Tendo este título como fundo, muito poderia ser escrito e muita opinião existe sobre os mais variados temas, para que o treinador consiga potenciar ao máximo a capacidade do seu atleta, tirando dele o maior rendimento possível. Poderíamos falar de aspectos psicológicos, de aspectos técnicos, tácticos e até de condição física. 

Irei abordar um tema, que deve ser conhecido por muitos dos leitores: Estado óptimo de aprendizagem. 

Este estado óptimo de aprendizagem engloba vários domínios. Vamos então entrar pelo domínio prático e daquilo que podemos fazer directamente com os nossos atletas em campo. 

Existe uma relação linear entre as capacidades físicas e técnicas do atleta e da dificuldade do exercício proposto ao mesmo. Tal como é perceptível  deverá existir uma adequação dos exercícios, tendo por base a capacidade atlética do jogador, procurando o equilíbrio desejado. 

Imaginemos um jogador dotado de uma técnica excepcional, o melhor jogador da equipa. Como acham que ele se vai sentir se o exercício proposto pelo treinador for abaixo das suas capacidades? Este jogador vai-se sentir altamente desmotivado, vai estar apático e em completo tédio. 

E como será a situação inversa? Aquele jogador menos bom tecnicamente e que necessita de um trabalho mais simplificado, do ponto de vista técnico, como se sentirá o mesmo, se o exercício proposto for muito acima das suas capacidades? Vai estar em igual estado do jogador anterior: desmotivação, mas por motivos diferentes como preocupação e ansiedade. 

Pode-se concluir de que diferentes capacidades atléticas com exercícios descontextualizados, levam ao mesmo estado de espírito: desmotivação! 

O treinador deve ter a capacidade de canalizar os exercícios, para os jogadores adequados, ou seja, atribuir os exercícios adequados aos jogadores certos. 

Abaixo ilustro de forma simples, o que explico em palavras.


De uma forma bastante simples dá para entender o que já foi explicado acima, mas mais uma vez reforço: Habilidades baixas com uma complexidade de exercício elevada leva a estados psicológicos que levam à desilusão, frustração. Por outro lado, habilidades elevadas em conjunto com uma complexidade baixa leva a desinteresse e consequente desmotivação. 

O treinador quer agarrar aquele jogador à sua equipa porque ele é mesmo bom? Ou quer segurar um atleta, que embora seja menos bom, faz falta à sua equipa pois tem falta de jogadores? Seja qual for o seu motivo e a sua justificação, uma das chaves para essa fidelização está aqui: optimização da aprendizagem através de exercícios adequados às capacidades de cada um. 

E se o leitor esteve atento ao artigo deverá estar a pensar: “Pelo que fui lendo, parece que o autor do texto trata o jogador de forma individual, esquecendo-se que o voleibol é um jogo desportivo colectivo!” 

Será que eu posso recorrer ao treino individualizado em jogos desportivos colectivos? Parece fácil de responder a esta questão. 

Deixo ficar esta pergunta no ar, pois será o tema do meu próximo artigo, aceitando desde já comentários tanto ao artigo, como à pergunta que fica no ar.


Carlos Caeiro, Crescer com Voleibol
maisvoleibol 2013


3 comentários:

Anónimo disse...

Na minha opinião, pode e dever haver treino individualizado. Apesar de ser um jogo desportivo coletivo, o Voleibol apresenta uma especificidade talvez nunca observada noutras modalidades. E mesmo entre jogadores que atuam na mesma posição no Voleibol, existe uma singularidade inerente à própria condição humana. Não temos todos a mesma altura, as mesmas capacidades atléticas, a mesma técnica individual (...). E se falarmos então em alto rendimento, estas questões ganham outra dimensão. Por isso concordo plenamente com perspetiva apresentada pelo colega Carlos Caeiro.
Saudações desportivas,
João Santos

Cláudia disse...

Pode-se e deve-se. Pois o treino individualizado é em benefício da equipa. Adapta-se o exercício ao atleta para que ele possa evoluir e nunca regredir, e como consequência teremos um atleta motivado e capaz. Logo a equipa ganha um bom jogador e por empatia nova motivação para continuar a melhorar. Claro, deve ser um treino bem preparado sem nunca inferiorizar nenhum atleta. Mas como o objectivo é sempre a competição toda a equipa vai lutar por o alcançar. Bom artigo, parabens.

Carlos Caeiro disse...

Caros leitores,
Agradeço desde já a vossa leitura e opinião deixada.

Respondendo ao colega João Santos, não poderia estar mais de acordo consigo. Deverá haver treino individualizado, mas vamos manter mais pormenores em segredo, pois serão alvo da minha próxima crónica aqui no site. E sim, em questões de alto rendimento, tudo isto se multiplica e ganha contornos enormes. Mas reforço, o treino de jovens deverá ser pautado por uma competência grande, em termos de empenho, entrega e sabedoria por parte dos técnicos.

Respondendo à leitora Cláudia, concordo com as suas palavras. Ao garantir sucesso ao atleta, conseguimos que o mesmo se motive e que treino após treino alcance sucesso, mantendo os seus níveis de confiança em níveis elevados. Como é óbvio, nenhum exercício deverá inferiorizar qualquer atleta, até porque inferiorização não combina com o nome "equipa". E tal como refere, o treino terá de ser bem preparado. Mas esta questão será aprofundada também no próximo artigo e que deixo em suspenso.

Agradecer uma vez mais a vossa leitura e comentários construtivos e onde expressão as vossas opiniões.

Aprecio imenso que haja discussão em torno de certas questões, gosto bastante que os leitores estejam envolvidos nas mesmas.

Apelo uma vez mais à participação.

Um abraço

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