VOLEI IN MOZ: Khalid Cassam é Novo Presidente da Federação Moçambicana de Voleibol (FMV)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

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“Depois de mais de 20 anos, Camilo Antão Abandona a Federação Moçambicana de Voleibol por um voto de qualidade.” 

Foi na última Assembleia Geral realizada no pretérito dia 16 de Fevereiro de 2013 (Sábado) no Residencial Kaya Kwanga em Maputo, que se decidiu o futuro da federação após a reprovação integral do Relatório de Contas. 

Num encontro bastante aguardado por todos os voleibolistas do país, apresentava 9 associações provinciais, no entanto somente 8 podia exercer os seus direitos de opinião e de voto por estarem credenciadas, excepto a Província de Maputo que reunia estas condições. Assim, a Federação colocou as diferentes associações a apresentarem os seus relatórios de actividades dos 3 últimos nos, visto que o ciclo da federação era o mesmo pois não realizada assembleias gerais desde princípios de 2010. 

Os diferentes relatórios de actividades apresentavam aspectos em comum na maioria das províncias pois mostravam a inexistência de competições a nível local e a aglomeração de atletas num mesmo clube da província, uma inexistência de alta competição por falta de adversários e prática de voleibol somente a nível escolar. A Cidade de Maputo somente, apresentava cenário diferente, com uma alta rodagem dos atletas e boa prática a nível federado. 

As províncias também eram unânimes na falta de apoio por parte da federação, e exigia um apoio em material, que o presidente até chegou a afirmar existir guardado em sua garagem. 

Posteriormente foi feita a apresentação do relatório de actividades da federação, que mesmo com muitas críticas feitas, foi aprovado com 4 votos a favor, 3 contra e uma abstenção. Começavam a haver fracas expectativas dos convidados acerca das eleições que mais tarde viriam, visto que esperava-se um comportamento similar pelos eleitores que são os presidentes das associações provinciais. 

Posto isso, seguiu-se a apresentação do Relatório de Contas dos 3 anos em análise. Este relatório apresentava pontos bastante críticos, pela sua forma de apresentação como pelo conteúdo. A federação apresentou um quadro para cada ano, com o número de cheque, data e actividade, e não um documento oficial de prestação de contas, constatou-se também que a federação não possuía um tesoureiro ou técnico de contas, pelo que as contas deste ano foram feitas pelo Secretário Geral, disse o Presidente. O relatório não descriminava os diferentes tipos de receitas e englobou o valor na totalidade, facto curioso é que em todos anos, a receita era igual a despesa, isso é a federação esgotava o orçamento na totalidade incluindo as dezenas e unidades. Este facto levantou um questionamento incluindo por parte dos atletas (tiveram direito a palavra) sobre o tipo de despesa, visto que as últimas despesas da Federação eram de actividades programadas para competições e não refeições ou coisas do género que pudesse se usar na totalidade o dinheiro que resta até esse dia. 

Outro facto mais grave verificado é que as actividades eram sequenciadas em datas, porém os números dos respectivos cheques não seguiam sequência lógica, visto que por exemplo, depois de um cheque 32, verificava-se outro de número 100, e depois desse, também não havia um número subsequente, assim sucessivamente, colocando-se a possibilidade de se ter várias contas, que na matemática feita através das contam poderia ser mais de 30 contas bancárias, o que é quase impossível, verificando-se uma omissão de cheques nas contas. Verificou-se também, um número de cheque repetido em actividades de anos diferentes, colocando-se a possibilidade de ter-se feito a enumeração de forma aleatória. 

Questionou-se uma despesa acima de 150.000,00 MT sobre uma viagem a Durban da selecção de volei de praia que confirmou-se por parte dos atletas presentes e do próprio presidente da federação que não existiu. Desta forma, houve uma falsa rubrica nas contas e questionava-se o destino deste valor. A assembleia apresentou muitas outras questões a direcção, mas esta recusou-se a responder e justificou não ter sido ela relatar as contas e essas foram obtidas do Fundo de Promoção Desportiva, facto que não constituía verdade visto que quem fez a gestão foi a própria federação. 

Questionou-se também a possível inexistência do relato de algumas despesas, caso concreto é a despesa da Assembleia Geral de realizada nos princípios de 2010 que era suposto estar relatada nas contas de 2010. Outro facto era porque as despesas não estavam apresentadas de forma clara e especícicada, deixavam um amplo alcance, desrespeitando os princípios orçamentais. 

Maior Questionamento foi ao Conselho Fiscal do porquê de ter aprovado tal relatório e o submetido para Assembleia Geral, este fundamentou dizendo que a direcção disse que a gestão foi feita pala Missão Moçambique e não pela federação, desta forma a federação na verdade nem tinha que prestar contas, facto este bastante protestado visto que a Missão Moçambique alocou fundos a federação e essa é que efectuou as despesas em gestão própria, e que a Missão Moçambique não interferiu por exemplo nas contas de 2012 visto que os Jogos Africanos que estiveram sob gestão da Missão, terminaram em 2011. 

Foi na onda destas distorções todas que o relatório de contas dos 3 anos, não foi aprovado na sua íntegra, todas as associações provinciais votaram contra a aprovação. Mudando deste modo, o rumo das expectativas sobre as eleições. 

Chegava o momento mais esperado do dia, os candidatos teriam que apresentar os respectivos manifestos eleitorais antes da votação, aproveitando-se deste tempo, o candidato Khalid Cassam apresentou um descontentamento pois provou a todos os presentes que a federação terá cometido uma fraude de eleição, visto que esta abriu o envelope do seu manifesto eleitoral, desagrafou as folhas e poderá ter fotocopiado ou copiado alguns pontos deste manifesto para o do Camilo Antão, mas facto que preferiu não seguir. 

Após a apresentação dos manifestos, efectuou-se a votação, onde constatou-se um empate a 4 votos cada, desta forma, a mesa da assembleia sugeriu uma segunda votação, o que não ia de acordo com os estatutos, esses diziam que seria o próprio presidente a efectuar o voto de qualidade . tendo a própria mesa dito que seria difícil porque ele fazia parte de uma das listas ( do Camilo Antão), mas os estatutos assim ditava, deste modo, ficou-se num clima de pressão, onde a mesa toda se reuniu juntamente com o representante da juventude e desportos e finalmente decidiu-se dar seguimento a lista do Sr. Kahlid Cassam, com alguns argumentos que diziam que o voleibol deve desenvolver, dando desse modo o poder nacional do voleibol a este candidato, para os gritos de alegria dos atletas que estavam na sala. 

Temos informações que o foi a opinião do representante da juventude e desportos que ditou a eleição de Khalid Cassam para novo Presidente da Federação Moçambicana de Voleibol. Deste modo, depois de mais de 20 anos, há mudanças no comando do voleibol nacional, e esperam-se os próximos tempos. De referir que o Khalid Cassam, disse depois das eleições o que sempre vinha dizendo antes da sua eleição: “ vamos colocar o Camilo como Presidente Honorário da Federação e continuarmos a trabalhar com ele para usarmos a sua experiência e poder internacional”.


Osvaldo Machava, Volei in Moz
maisvoleibol 2013


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