Portugal: Esperanças olímpicas na bagagem para Zug

terça-feira, 15 de maio de 2012

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A presença do Voleibol de Praia numa edição do maior espectáculo desportivo do mundo é ainda um objectivo tangível e manteria a tradição de Portugal nesta variante do Voleibol, depois das participações da dupla Miguel Maia/João Brenha nos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta), 2000 (Sydney) e 2004 (Atenas), com a obtenção de dois 4.ºs lugares e um 9.º lugar, e de Maria José Schuller/Cristina Pereira, 9.ªs classificadas no torneio de femininos de Atlanta 1996.

A Selecção Nacional de Voleibol de Praia viaja amanhã, pelas 06h10, via Frankfurt (voo LH 1181), para a cidade suíça de Zug, onde disputará, de 17 a 19 de Maio, as meias-finais da Taça Continental – masculinos, competição que apura o vencedor da Final para os Jogos Olímpicos 2012, a realizar de 27 de Julho a 12 de Agosto de 2012.

A selecção, formada pelos atletas Pedro Rosas, Rui Moreira, João Simões e José Pedrosa, é orientada por Francisco Fidalgo:
“É uma fase decisiva e a única possibilidade de qualificação olímpica. E nós encaramo-la com seriedade e uma grande responsabilidade, sem descurar, como é óbvio, as dificuldades.
Tendo em conta os nossos primeiros adversários (russos) e mesmo os eventuais segundos (suíços), caso tudo nos corra bem no primeiro confronto, resta-nos desfrutar este momento.
Acho que foi brilhante o facto de as duplas portuguesas terem conseguido chegar a esta meia-final da Taça Continental.
Entrámos na competição como outsiders e demonstrámos que as surpresas acontecem. É óbvio que não somos favoritos, pois quase todos os países que estão representados nesta prova têm um maior historial e uma maior aposta no Voleibol de Praia do que nós.
Temos três semanas de preparação, o que é um espaço de tempo curto para fazer uma adaptação ao meio, que é diferente do pavilhão, e também para preparar os atletas para os movimentos técnicos que eles não praticam durante o ano. Por exemplo: não temos nenhum jogador que seja distribuidor nas suas equipas e todos eles vão ter que passar; alguns deles não são receptores e todos eles terão de receber...
É um período curto, mas não nos baixa as expectativas. O facto de termos atingido esta fase dá-nos uma enorme motivação, mas obviamente que nos retira algum favoritismo comparativamente com os nossos adversários, que treinam Voleibol de Praia durante praticamente todo o ano”.

A Taça Continental poderá constituir uma oportunidade de apuramento olímpico para países que não podem fazer uma aposta muito elevada no Voleibol de Praia?
“Este modelo competitivo tinha já acontecido com o apuramento olímpico de uma dupla africana, mas é claro que estendendo-se aos outros continentes torna tudo mais justo e equitativo. E abrem-se também hipóteses para a qualificação de países que, só pelo ranking internacional, teriam muitas dificuldades de apuramento”.

Pelo Centro de Alto Rendimento de Voleibol de Praia, do qual Francisco Fidalgo é o coordenador, têm passado algumas promessas da variante de praia...
“Têm saído jogadores que são ainda muito jovens e que ainda não conseguiram a «emancipação», ou seja, disputarem com regularidade etapas do Circuito Mundial e as grandes provas internacionais.
Temos duplas jovens que têm tido participações pontuais a nível internacional e alguns resultados interessantes, mas ainda não temos ninguém que sistematicamente faça o Circuito Mundial (World Tour) como fazem as melhores duplas do mundo e como fez Portugal com algumas duplas no passado.
Os nossos atletas ainda não atingiram essa capacidade, quer a nível desportivo quer, sobretudo, a nível de autonomia financeira e económica, que lhes permitisse enveredar por um percurso que é muito dispendioso e implica um investimento muito grande a todos os níveis.
Temos atletas promissores e com um potencial elevado, mas claro que a opção por se dividirem entre o Indoor e a praia praticamente inviabiliza uma ambição maior”.

O percurso na Taça Continental

Portugal conseguiu o apuramento para as meias-finais ao derrotar, por 3-2, a Roménia no jogo de atribuição dos 5.º e 6.º lugares da Poule C da Fase Zonal da Taça Continental de Voleibol de Praia, disputada em Copenhaga, capital da Dinamarca, no ano passado.

As duplas lusas apuraram-se para a Fase Zonal ao vencerem, por 3-1, a Eslovénia, resultado que lhes permitiu assegurar o 3.º lugar final na Poule B da Fase Sub-Zonal Europeia, disputada em Setembro de 2010 na cidade eslovena de Zrece.

Com 32 Federações Nacionais inscritas, a Taça Continental compreende oito torneios de masculinos e de femininos, cada um disputado por um máximo de quatro países (cada país participa com duas duplas de masculinos e duas de femininos).
Os torneios são disputados segundo a fórmula de «país contra país» e à melhor de cinco vitórias.
No caso de haver igualdade, após terem sido realizados 4 jogos, será disputado o «Golden Set», por equipas escolhidas pelo respectivo Chefe de Delegação/Capitão de Equipa.
Os três países primeiros classificados em cada torneio qualificaram-se para a Fase Zonal, à qual se segue agora a Fase Final, que definirá o vencedor da Taça do Continente Europeu.
Os vencedores das cinco Taças Continentais de Voleibol de Praia, resultantes dos torneios realizados nos cinco continentes, qualificar-se-ão directamente para os Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Mais informações: www.cev.lu / www.fivb.org


Fonte: FPV

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