Portugal: CA Trofa «perde» Simone Souza

Má sorte no Ca Trofa, não basta-se o grave momento financeiro que vive e acaba de perder uma importante atleta, a atacante Simone Sousa. Os motivos alegados pela atleta prendem-se por uma proposta verdadeiramente irrecusável e apresentada por um clube indonésio.

Após esta inesperada e intempestiva saída da atacante brasileira o CA Trofa emitiu no seu site um comunicado sobre esta mesmo assunto e que que passamos a transcrever:

«Na passada quinta-feira (dia 10/02), esta Direcção foi confrontada com o pedido de saída da sua atleta SIMONE BORGES SOUZA, alegando a mesma ter tido uma oferta por parte de um Clube de Voleibol da “INDONÉSIA”, proposta essa dado os seus montantes, quase irrecusável, pois era somente seis a sete vezes maior que o valor auferido actualmente. Obviamente não estando em causa o seu ponto de vista pessoal, a atleta comunicou à Direcção o facto de ter aceite a mesma, pelo que a partir desse momento deixaria de representar o CAT.

Não estando em causa o orgulho de uma vez mais vermos um atleta que representa o nosso Clube ser pretendido e aliciado por propostas irrecusáveis, sinal de que são sempre por nós bem escolhidos, está sim em causa o facto de o Voleibol na Indonésia em principio não estar sujeito ás normas da Federação Internacional e consequentemente não ser necessário qualquer documento que justifique a transferência internacional, razão pela qual a atleta pode pura e simplesmente sair sem qualquer beneficio para o CAT, ou sem qualquer penalização por parte do Clube.

Quando no inicio de uma época a Equipa Técnica e Direcção formam um plantel com a dimensão de atacar novamente o Titulo Nacional (6.º em sete épocas) e a Taça de Portugal (5.ª em sete épocas), por falta de dignidade e cumprimento do dever da atleta segundo o compromisso assumido de forma escrita, é com muito lamento que vemos assim a referida equipa diminuída na sua qualidade e quantidade, porque o dinheiro falou uma vez mais alto.

A Direcção pouco pode fazer, apesar de ter já solicitado o parecer da Federação Portuguesa de Voleibol, uma vez que nesta data já não é possível substituir a atleta e ou inscrever qualquer outra para o seu lugar, o que lamenta, e nessa base tem a consciência que toda a época pode nesta base ser posta em causa desportivamente, e consequentemente ver ser muito mais difícil a fase final do Campeonato e as próximas eliminatórias da Taça de Portugal.

Por dificuldades financeiras e por opção realista o plantel não era vasto em quantidade mas era muito homogéneo em qualidade, ficando assim e nesta data manco. Esperamos que as atletas, de futuro tenham mais dignidade com os compromissos assumidos e não brinquem com o trabalho dos outros e das companheiras. Esperamos igualmente que a FPV, tome posição que defenda o seu actual mais brilhante filiado, e que junto das instâncias superiores definam com normativos lógicos o funcionamento internacional do Voleibol. De recordar que apesar de tudo e do desconhecimento do Voleibol da Indonésia, a Federação Nacional de Voleibol deste pais se encontra filiada na Federação Asiática de Voleibol (Organismo Internacional).

Uma vez mais lamentando o comportamento da atleta bem como a sua opção de saída por “ganância” de dinheiro, esta Direcção pede a todas as suas colegas que demonstrem com dignidade e lutem cada vez com mais afinco, fazendo como sempre o seu melhor em prol desta grande colectividade, nunca esquecendo que “por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera”.

Vamos à luta, e vamos ser campeões, desfalcados mas mais fortes ainda…»