
Estes meses estive no Brasil para curso pela Confederação Brasileira de Voleibol e também observando o voleibol Brasileiro, que continua em altíssimo nível e como muito trabalho. Sempre se questionando e se avaliando para continuar esta trajectória vitoriosa.
Aqui em Moçambique precisaremos de muito gás, para manter esta brisa de alento que sofreu o voleibol Moçambicano em 2011, graças muito aos jogos Africanos. É Moçambique, esta na hora de arregaçar as mangas e ir atrás do prejuízo. O bom que há muita gente cansada com a situação e já estão se transformando oposição; outros cansado de o nada feito e arregaçando as mangas para fazer, e outro... bom deixemos os outro e concentremos no nós….
Nesta coluna pensei em misturar um pouco de tudo, da minha experiência no voleibol Moçambicano; o curso de Voleibol pela Confederação Brasileira de Voleibol na Bahia, nossa África brasileira, e o que de melhor e o de pior no Ano voleibolista de Moçambique. Esta coluna é como misturar a Marabenta, xingombela ,o samba e a bossa...também perco permissão de oxum e oxossis para abrir meu pensamento e poder ser justo nestes comentários…
Como eu queria poder ter tido uma mala grande e poder ter levado algumas pessoas que deveriam estar neste curso, claro uns por bons comportamento e serem exemplo para o voleibol Moçambicano e outros para estar sentado as 8 horas por dia durante 9 dias e ouvir entre outra coisa: a aula de ética no voleibol proferida por Marcos Lebarch (o currículo dele é tão extenso que não caberia nesta coluna). Cheguei a grande conclusão que o que falta no voleibol Moçambicano é ética... Ética para a Federação, Ética para as Associações; Ética para os treinadores; Éticas para os árbitros; Ética para os atletas.
O interesse colectivo tem que ser maior do que os interesse pessoais, o voleibol é propriedade de todo mundo e não ficar a mercê de uns poucos que detêm a informação e o conhecimento e se apoderam deste bem para tirar proveitos pessoais. Para terem uma idéia, os cursos da CBV são ministrados pelos melhores, gente que tem uma trajectória de vitórias, respeitados, mas estão lá conferindo in loco os novos treinadores e fomentando dúvidas e questionamento. Ninguém sai com receita de bolo e sim munidos de informações; com certeza; com dúvida, e o mais importante: vontade de aprender e de correr atrás do conhecimento.
Há um controle de qualidade no Voleibol brasileiro, os caras estão lá com o interesse de ver o Brasil continuar no topo e para isso estão in loco, vendo o que estar certo, o que estar errado, onde se pode melhorar. A todo momento as práticas são reavaliadas, seus trabalhos são reavaliados. Em nenhum momento se colocou a escola brasileira como a melhor, mas humildemente se falou das outras escolas, de outras práticas que dão certo no mundo. Um espectáculo de humildade que faz do voleibol brasileiro este monstro que é hoje.
Não esqueço a frase de Marcos Lebarch quando recebi o diploma : faça aqueles meninos jogarem!. Isto me encheu de orgulho e de responsabilidade, pois durante todo o curso meu nome não era pronunciado, eu era conhecido como: Oh Moçambique! Não pude esconder meu orgulho de momentaneamente estar sendo o Moçambique.
Fiquei depois pensando: De onde vem este entusiasmo de um dos técnicos que mais venceu no mundo de ver o voleibol progredir, independente que seja no Brasil ou em Moçambique, e que também já passou por muitas dificuldades? E porque não nós em Moçambique com as dificuldades que temos, porém com a vontade que temos não conseguir crescer neste desporto? Então o que estar faltando. Acho que nos somos mais convergente do que divergente. O importante é quem quer fazer... Então façamos!
Agente sempre vai para este curso pensando que a nossa experiência é única, que somos os fodões, mas sempre há o banho de realidade e percebemos que outras pessoas que também estam no mesmo barco, fazendo por amor ao desporto. Gostei de saber que nossas experiencias não é única e sim compartilhada e normal. Gostei quando Marcos e Percy comentaram suas experiências no começo da carreira, de tirar dinheiro do bolso para ajudar atleta, comprar material Gostei de ouvir uma história de um casal do Espírito Santo: ele administrador, ela fazendo Educação física para embarcar no sonho de seu marido, que na verdade já é dela também. Linda a história deste projecto de 400 meninos, moldado a sangue , suor , vontade..
Gostei de ver o pessoal do Pará, o pessoa de Minas, o povo de São Paulo, o pessoal do Sul, do Espírito Santo, da Bahia etc.. sabe o que mais gostei de ver : A Paixão como cada um ver o voleibol...
Gosto de ver também o Efrain em Nampula, o Manuel da Matola, o Manuelito da Jet’s, até o Khalid da Académica e muito outros mais que podem ser citados como exemplo do voleibol Moçambicano. Cheguei a conclusão que há um elemento comum entre o voleibol Moçambicanos e o Brasileiros : Paixão. Então minha gente, se os maiores treinadores brasileiros já tiveram muitas dificuldades, já não tiveram quadra, material, e estam lá com um voleibol bonito e alegre, por que nós aqui também não baixamos a cabeça e também vamos trabalhar... Deixemos a desculpa de lado e vamos tentar ser convergente neste ano que vai entrar... Cada um fazendo a sua parte e todos conseguiremos deixar o voleibol Moçambicano melhor...
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1 comentário:
Parabéns pela coluna. Foi muito gela conhecer um pouco do voleibol de Moçambique. Que você consiga muitas vitórias e conquistas com o voleibol e que sempre lembre do pessoal do curso e nunca perca a paixão pelo voleibol. Abraços Lucas (São Paulo)
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